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300 BPS, 8, N, 1
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Nós iríamos tocar em Curitiba dentro de 18 horas, mas nosso ônibus estava preso pelos promotores locais. Nós formamos uma aliança incerta com a contraparte brasileira do ASCAP: os PRS. Aparentemente os PRS tem o poder legal de prender pessoas, e eles queriam uma parte do dinheiro dos promotores da tour nacional. A segurança local, "Gang Mexicana", foi contratada por cerca de 1800 cruzados e uma caixa de cigarros Marlboro para cada um dos seguranças. A única facção que ainda operava em nossa defesa era o "Big John", nosso segurança pessoal, e ele estava se escondendo em seu quarto, pois a segurança local estava querendo seu sangue, devido a um incidente com uma faca em 1982 no qual ele estava envolvido. Nosso guia da estrada com 345 pounds, Rick, apenas tinha isso a dizer: "Vocês queriam uma vida de estela do rock!". Paul, Jim e eu percebemos que esta foi uma situação onde nós tinhamos que nos virar por nós mesmos.

Nós nos reunimos numa rápida reunião na entrada do hotel. Paul sugeriu contactar nosso promotor da turnê em São Paulo, mas lembramos que ele estava no Recife com a banda Faith No More, que tinha acabado de chegar para sua turnê brasileira. Nós pensamos em contactar nossa gravadora brasileira no Rio, mas eles não estavam no local. Nosso sempre zeloso produtor americano de longa data estava procurando ajuda de diversas formas, mas ele estava em Nova York, e muito longe para conseguir algo concreto em pouco tempo.

E havia cerca de 6000 pessoas em Curitiba que simplesmente não iriam entender.

Nós sabíamos que estava na hora de agir. Paul foi até os PRS e convidou-os para irem ao bar e discutir o assunto como homens civilizados durante alguns drinks brasileiros, oferencendo para cada um deles um cigarro durante o caminho. Os divertidos PRS fortões pareciam gostar da idéia de alguns drinks gratuitos, mesmo sabendo que eles nunca nos dariam o nosso ônibus de volta. Quando Paul piscou para Jim e para mim no caminho, nós entramos em ação.

Eu saí as escondidas para o meu quarto afim de preparar Jim para a ação. Movendo-se lentamente através de um duto de serviço, ele conseguiu ganhar acesso a um ponto distante três metros do ônibus, e entrou sorrateiramente pelo teto. Depois de usar seu canivete suiço de múltiplas funções (carinhosamente conhecida por "faca engraçada") para abrir o fino teto, ele entrou através escuro lado interior do ônibus e removeu a tampa interna do painél de manutenção. Utilizando algumas peças eletrônicas sobressalentes que encontrou em uma ilha na Amazônia, ele ligou todo o ônibus por controle remoto, não como um controle remote de carrinho de brinquedo.

Neste ponto, ele se perguntou: "Agora como eu devo cair fora daqui?!?"

Paul estava tendo suas próprias dificuldades também.

"Você não pode deixar nosso caminho livre para que possamos cumprir com nossas obrigações contratuais em Curitiba? Pense nos garotos!"

Através de nosso tradutor, Fábio, o homen da PRS, Aldo, disse:

"Não. Vocês americanos acham que dominam o mundo. Hah! Nós iremos queimar nossa floresta tropical se nós quisermos. Nós precisamos espaço para as vacas! Nós queremos um McDonalds em cada... oh, desculpa, de qualquer forma, não. Nós precisamos de 40% da renda de seu show para dar ao David Bowie.", disse ele, piscando para o promotor local, Phillipe.

Enquanto Paul continuava aquela distração planejada, Jim efetuava uma fuga do ônibus muito protegido rastejando pelo porta malas, fazendo um buraco em arco no chão com o canivete suiço escapando pela portinhola situada no final do ônibus, e andando até o porão do hotel dali. Jim me chamou no meu quarto e me deu um sinal. Nós estávamos indo agora encontrar a saída dos fundos, com nossos técnicos. Mas primeiro, Paul precisaria alguma ajuda para se livrar dos convidados indesejáveis, foi quando as coisas começaram a ficar ruins.

"Ele disse que tinha perdido a paciência, e que poderia pensar em outras maneiras de extrair o dinheiro de você Kurt, e do Jim fisicamente", disse nosso trêmulo intérprete.

O momento tinha chegado. Jim começou operando o ônibus de seu ponto estratégico no fundo do ônibus. Como o ônibus controlado remotamente deu uma guinada em direção à saída do estacionamento, o jovem e supersticioso segurança ficou aterrorizado. Paul estava empurrando ansiosamente seu colarinho quando o homem do PRS começou a descrever sua coleção de facas cerimoniais nazistas da II Guerra Mundial, e então uma batida repentina dividiu a mesa em dois.

Jim tinha me comprado de presente um equipamento completo de um assassino secreto ninja em Aracajú. Eu estava me movendo e me rastejando pelos dutos de ar condicionado o tempo todo. Tão logo eu me deparei com uma imitação barata de um teto de cerâmica Styrofoam, patinando primeiro, eu atirei todas as estrelas de ninja neles. No pânico resultante, Paul escapou para o ponto de encontro pré-marcado no ônibus. Infelizmente, meus patins tinham pouca chance de se movimentarem para escapar por cima dos vidros quebrados da mesa que eu tinha caído em cima. Se não fosse pela confusão e pelas feridas provocadas pelas estrelas de ninja lançadas pelos homens maus, eu teria caído enquanto me debatia no tapete com vidro espalhado. Como isso aconteceu, entretanto, eu saltei pela porta aberta do ônibus de bagagem, enquanto me afastava da cidade de Maringá para sempre.

Se pelo menos nós tivéssemos conseguido pegar nosso equipamento no ônibus, também...

Cada palavra dessa história é verdadeira.

- Kurt H

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* Agradeço à Luky pela ajuda na tradução do texto.

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