O Dont Be Afraid Brasileiro
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Desde 1993, o InSoc desapareceu do cenário musical. Em setembro de 1997, o novo álbum Don't Be Afraid é lançado, marcando o retorno da banda, que agora é formada apenas por Kurt Harland, num estilo mais dark, bem diferente do original.

Devido a esta mudança, foi difícil achar uma gravadora aqui no Brasil que aceitasse o novo estilo. A procura da gravadora começou em Agosto de 1997, aproximadamente. A primeira a aceitar a proposta foi a Spotlight Records, que não queria lançar o álbum novo do jeito que estava. Segundo o próprio Kurt:

This is something I might have to do soon. The Brasilian record companies don't like my album, and they want me to make a more pop, more "Brasilian" version". A division of Polygram Brasil called Spotlight has agreed not just to put out DBA in Brasil... But also to fund the tour (And pay my rent...). The good thing is that they are probably willing to fund the tour ($50K) BEFORE the album for Brasil is done. Here's the catch though... They think (most likely correctly) that the songs on DBA are too dark and out-there to get on the radio in Brasil. Also, in Brasil, there is no such thing as underground or alternative records. You are on the radio, or you don't exist. So they want me to make a new album with them, with only some of the songs from DBA, done up differently. This other album will be more like Classic InSoc... In the style of What's On Your Mind... Come WIth Me... and Strength. (But with better lyrics!). I agreed to this on the condition that they release a double CD set with my DBA as one of the discs.

Mas os problemas estavam apenas começando. Dois meses e meio depois, ainda não estava pronto nem o contrato...

Well, I am still waiting for the Brasilians to do their job and write a record contract so we can start work. They don't seem to want to work as fast as we do here.

No meio de dezembro, as coisas continuavam paradas. O próprio Kurt estava começando a ficar nervoso com a situação. Ele quer que as coisas sejam rápidas para que possa fazer os shows por aqui e voltar às rádios:

Not yet. I'm still WAITING WAITING WAITING WAITING for the Brasilian record label to write a contract.

No final de dezembro, as coisas pararam. O Kurt viajou e ficou todo o final do ano fora e a Spotlight não trabalhou até dia 5/1. Logo no início do ano, a Spotlight entrou em contato e falou sobre o álbum:

Passou por nosso departamento um CD do Information Society no ano passado, mas era muito conceitual, com pouquíssimos vocais, nada a ver com seus trabalhos anteriores. Se vc ouvisse, duvido que reconheceria que o som era dos caras! Sendo assim, optamos pelo não licenciamento do produto para o Brasil, ou seja, a Spotlight Records não tem intenções de lançar nenhum álbum do Information Society no país, pelo menos até o momento presente.

Porém, essa informação foi passada dois dias antes da reunião no #insoc, na qual o Kurt disse exatamente o contrário. Isso é, parecia que a Spotlight estava realmente enrolando o Kurt, e ele não estava sabendo de nada:

My manager spoke with René, Carlos, and Luana today. They're ready to go. They have pledged to fund the tour upon signing the contract for the new album. They need to get us a contract proposal now, and that should happen this month. For those of you who've missed all of this, Polygram/Spotlight Brasil is going to put out DBA in Brasil, but only as the second CD on a double-CD set. The first CD will be a new album, more Foo-Foo and pop so the Brasilian labels can understand it. I told them I didn't mind making such an album, as long as DBA went with it. The attitude of the Brasilian labels is that Brasilian record buyers are not capable of handling darker music. Once we sign the contract with them, I can start building the tour. I figure it will take 8 weeks to be ready. Once the tour is ready, I can start playing shows in the U.S. AND Brasil. It's going to be cool.

Estava no ar duas dúvidas: se realmente a Spotlight iria gravar ou não o álbum e como seria este álbum. Devido a estas dúvidas perguntei pro Kurt como seria o novo álbum, se seria dance. Ele disse "Yes, I think that I will make a dance music style record with Spotlight".

Apenas no início de março, que percebemos que realmente enrolaram o Kurt por muito tempo. A Spotlight alegou "problemas internos" e que não poderiam lançar nenhum álbum enquanto estes problemas não tivessem sido corrigidos, sem previsão de normalização. No meio de março, o Kurt informou publicamente que tinha abandonado a Spotlight. Agora, era a vez da divisão Dance Pool da Sony receber a proposta. Eles também acharam que não daria certo lançar o DBA original por aqui e queriam fazer remixes das músicas. No final de março, entrou em contato com a Stiletto, a gravadora original do InSoc e colocou a proposta para eles também.

Ainda em março, a Stiletto aceitou a proposta, desde que o álbum incluisse alguns remixes feitos por brasileiros. Isso deixou o Kurt mais animado:

It's safe to say that things seem to be moving. One good sign is that we managed to get all the way from zero to verbal complete agreement and promises in one week. (...) When they say "We'll call you back", they call the SAME DAY. When they say "We'll call you at 3 pm your time on Tuesday", they call at 3 pm our time on Tuesday. So that's good.

O contrato com a Stiletto estava previsto para ser formulado em 17 de abril. No início de março, ele recebeu um fax com os pontos do contrato. Ele disse que o álbum brasileiro não iria ter o CDROM porque "computer penetration in Brasil is still somewhat low.". Por incrível que pareça, em maio, a Spotlight começou a entrar novamente em contato com o Insoc, e foi prontamente descartada.

Em 6 de junho, os contratos foram enviados para ele. O contrato era composto por duas partes: uma original, em português, e a mesma versão, em inglês. O Kurt assinou as duas e reenviou. Porém ele fez duas pequenas alterações a mão no contrato antes de reenviar. Ele achou que isso não atrasaria. E estava errado: a Stiletto recusou o contrato rasurado e teve que enviar outros contratos, algo que demora. Aqui, já estamos no meio de julho.

A Stiletto informou que os remixes iriam ser realizados e que uma capa nova também. Isso porque a capa do DBA original é muito "satânica" pra circular por aqui.

Novamente as coisas não deram certo pro InSoc. Em geral, nenhuma gravadora queria colocar o Don't Be Afraid nas lojas, pois todas acreditam que este seja um fracasso comercial. Os remixes foram feitos pelo DJ Double B: Are 'Friends' Electric 3.0, Closing In 3.0 e On The OutSide 3.1. O álbum iria possuir a versão completa de White Roses. A capa inicial foi desenvolvida por Marcelo Olivver, da Aphex Music, toda colorida e com detalhes em 3D. O Kurt recebeu no final de setembro os remixes e os contratos. O lançamento estava previsto para 20 de setembro de 98 e também os shows, que deveriam ser realizados depois do meio do ano.

Em agosto de 99 é lançado o álbum de remixes InSoc Recombinant aqui no Brasil, praticamente anulando a possibilidade de lançar o Don't Be Afraid na mesma época. Rumores da época diziam que Paul Robb poderia estar voltando para fazer um novo álbum com o Kurt, no estilo antigo.

Somente alguns meses depois, finalmente o álbum Don't Be Afraid é lançado pela Stiletto e Roadrunner Records, com uma capa diferente da feita originalmente para o Brasil. Sobre este álbum, existe algumas curiosidades: 1) nos créditos, foram colocados os nomes de Serginho e Celso "por conta própria", ou seja, não faziam parte dos "Thanks" originais escritos pelo Kurt para o álbum brasileiro! 2) O endereço do InSoc Brasil aparece no final da primeira capa interna, ainda no primeiro endereço deste site (GeoCities), e a melhor delas, 3) a imagem existente no CD, no livrinho com as letras de música e na segunda capa (abaixo do plástico transparente onde é afixado o CD), um cubo com o logotipo do InSoc, foi roubado da segunda versão da página inicial deste site, desenvolvido por mim (Arvy) onde foi somente trocada a cor interna.

Como você pode ver, foi longa a caminhada, quase três anos, para que o álbum lançado originalmente em 97 nos Estados Unidos saisse aqui. Como ponto positivo, pelo menos podemos dizer que o álbum chegou em nossas lojas, embora a tiragem não tenha sido grande. Como ponto negativo, ficou uma má impressão nos americanos envolvidos no álbum, principalmente no Kurt, de que "as coisas no Brasil são muito complicadas". E ainda, para piorar, houve demora na entrega do dinheiro ao Kurt sobre as vendas brasileiras, que somente foram feitas no meio do ano 2000. Existem ainda rumores que parte do dinheiro com destino aos Estados Unidos referente aos direitos sobre as músicas nunca saiu do Brasil. Segundo o comentário do próprio Kurt meses depois "estas coisas que desincentivam um artista a tentar produzir novos projetos".

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